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Semana do Meio Ambiente: dicas da CASACOR para uma obra sustentável

Conheça as dicas do gestor de sustentabilidade da CASACOR Darlan Firmato sobre como produzir uma obra sustentável

Por Redação
Atualizado em 9 jun 2022, 13h49 - Publicado em 4 jun 2022, 15h14

A Semana Nacional do Meio Ambiente acontece na primeira semana de todo mês de junho desde 1981, quando foi instaurada pelo Decreto nº 86.028. A Semana se encerra no Dia Mundial do Meio Ambiente, em dia 05 de junho e, na CASACOR São Paulo – onde meio ambiente e gestão multidisciplinar de sustentabilidade são palavras de ordem –, a data é honrada por meio de ações.

Casa Lite. Duda Porto - CASACOR São Paulo 2019

Neste ano, o Governo da Suécia será o anfitrião da conferência mundial, que traz o tema “Uma Só Terra”. O objetivo é destacar a necessidade de se viver de forma sustentável, em harmonia com a natureza, promovendo transformações a partir de políticas públicas e das nossas escolhas, rumo a estilos de vida menos poluentes e mais verdes.

Com a edição comemorativa de 35 anos em construção no Conjunto Nacional, a CASACOR São Paulo adota, desde 2016, uma política crescente de gestão de sustentabilidade e promove um canteiro de obras sustentável. Embora haja diferenças entre um canteiro de obra e um evento – que tem suas particularidades e tempos de ação diferentes de uma obra corriqueira –, é possível extrair boas práticas para a rotina de trabalho, que também terão impacto no bolso.

De acordo com Darlan Firmato, Arquiteto e Gestor de sustentabilidade da CASACOR São Paulo, uma obra sustentável é uma obra para termos menos dor de cabeça, focada em facilitar os processos e trazer benefícios para os seus envolvidos. “Atualmente, é importante incentivar que todo o processo de construção busque ser sustentável e o canteiro torne-se um reflexo dessas práticas. Preocupações com o controle e o monitoramento de consumos de água e energia devem ser atividades básicas tão importantes quanto garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. Cuidados com o entorno e vizinhos das obras, aproveitamento de materiais e destino adequado dos resíduos devem ser compromissos para empresas e profissionais do ramo”.

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(Filippo Bamberghi/CASACOR)

A primeira coisa é adotar técnicas construtivas rápidas e menos invasivas, que possibilitem o reaproveitamento de materiais. Monitorar sempre o uso de água e energia e dar destinação adequada a qualquer tipo de resíduo, priorizando a economia circular. Essas ações trazem impactos sociais, ambientais e econômicos.

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Uso Racional de Recursos

 

“O uso racional de recursos como energia e água são essenciais aos processos da construção. As tarifas de energia vêm aumentando bastante nos últimos anos. Além disso, grande parte da energia elétrica no Brasil provém de hidrelétricas e termoelétricas, que envolvem muitas questões ambientais, como grandes emissões de CO2 e impacto na fauna e na flora local. Se pensarmos na água, apenas 3% deste recurso no planeta é água potável, o que torna um bem extremamente precioso. Quanto menos energia e água a obra utilizar, mais sustentável será e mais baratas serão as contas”, explica Firmato.

Além de todas as boas práticas necessárias em um canteiro, que tratam questões de logística, armazenamento, cuidados com os trabalhadores, é importante pensar, ainda, em experiências e conceitos da economia circular.

Reuso de Água

 

Cada canteiro de obra tem suas peculiaridades e conjunto de condições para viabilizar ações contra desperdícios e economia de recursos. Podemos partir da premissa que, na maioria dos canteiros de obra, água potável é frequentemente utilizada para limpeza e outros fins construtivos.

Pode-se avaliar a possibilidade de substituí-la por água de reuso, por exemplo, evitando desperdício de um recurso tão precioso. Com este raciocínio, por que não usar água de reuso para serviços de limpeza? Certamente a redução do consumo de água potável irá refletir na redução de despesas da obra. Avaliar a localidade, seu clima e previsão de precipitações cria condição para uma estratégia de instalação de cisterna para captação de água das chuvas, por exemplo. É muito importante estabelecer os cuidados com armazenamento desta água se for mantida por muito tempo.

Caso seja necessário e indispensável o uso de água potável durante a obra, recomenda-se o uso consciente do recurso: fechando registros entre períodos de uso e evitando desperdícios com possíveis vazamentos.

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Em relação a energia elétrica, sempre é recomendado utilizar equipamentos e fiação em bom estado de manutenção, além de fazer o monitoramento periódico do consumo. Como benefício, obtemos economia de energia, rapidez na execução de atividades e menores riscos de acidentes. Manter os equipamentos desligados quando não estiverem em uso também evita consumos desnecessários.

Saindo da economia Linear para a Economia Circular

 

“O modelo dos 10 Rs promove uma reflexão sobre o uso dos materiais e seus ciclos de vida. São estratégias circulares listadas da mais valiosa para a menos favorável. São elas: Recusar, Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reparar, Recondicionar, Remanufaturar, Reaproveitar, Reciclar e Recuperar. As primeiras três estratégias (recusar, repensar e reduzir) se concentram em entregar valor aos usuários com mais inteligência e eficiência, de forma que se exija menos material”, diz.

As cinco estratégias seguintes – reutilizar, reparar, recondicionar, remanufaturar e reaproveitar – têm o objetivo de ampliar a vida útil de produtos e materiais. Já as duas últimas estratégias (reciclar e recuperar) são voltadas a encontrar aplicações úteis para os materiais e a energia (respectivamente) que estão armazenados em produtos descartados, se e quando nenhuma das outras estratégias puder ser aplicada. Assim, os 10 Rs podem ser um modelo interessante para transformar nossa economia de linear para circular.

Fugir do desperdício de material

 

Evitar perdas e desperdícios deve ser uma máxima no canteiro sustentável. Materiais ensacados, como o cimento, devem ser mantidos em áreas de depósito, organizadas conforme recomendações dos fabricantes para evitar que os materiais localizados embaixo na pilha se estraguem, diminuindo custos e riscos de acidentes. Identificar as recomendações na embalagem do produto é essencial.

O estoque correto facilita o manuseio e evita lesões e machucados nos trabalhadores. “É sempre importante prever espaços de circulação entre as pilhas para que os operários consigam trabalhar com folga”, adiciona Firmato.

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Proteger materiais das intempéries, como chuvas e ventos, evita que estraguem com facilidade. É recomendado armazenar em local coberto, cobrir com lonas e evitar contato com o chão.

Separar os resíduos para descarte, reciclagem e reuso

 

Uma obra mais limpa e com menos resíduos é uma obra mais segura, com menos dor de cabeça e mais barata. Além disso, a organização do canteiro previne acidentes e preserva a saúde de todos, evitando contaminações e a proliferação de insetos e animais.

Na CASACOR São Paulo, todo e qualquer resíduo é tratado de forma correta. As refeições da obra são feitas em refeitório e as sobras são coletadas e levadas para uma usina de compostagem, promovendo a regeneração de solos, evitando o envio para aterros sanitários e surgimento de vetores.

“Uma estratégia recomendada é fazer o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) para sua obra. O PGRS tem importante papel na política de desenvolvimento urbano e na preservação do meio ambiente, uma vez que contribui para a redução dos impactos ambientais oriundos da geração de resíduos, produzidos principalmente nas áreas urbanas. Além disso, contribui também para o aumento percentual de resíduos reciclados e valorizados, gerando benefícios sociais e econômicos à população através da geração de empregos e renda, e ambientais através da redução no consumo de insumos e matéria-prima na produção de materiais para construção civil”, completa.

Conforme a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (lei Federal nº 12.305 de 02 de agosto de 2010), a responsabilidade pela gestão dos resíduos é compartilhada e cabe ao gerador a separação dos resíduos na fonte e a sua correta destinação, observando a hierarquia dos resíduos: a não geração, o reuso, a reciclagem e a compostagem, a valorização energética e pôr fim à disposição final em aterros sanitários, portanto, pensar numa obra mais sustentável, seja lá qual for sua dimensão, é papel de todos.

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O objetivo do PGRS é formalizar a gestão de resíduos, determinando: a classificação e a estimativa de geração, métodos de armazenamento e triagem no canteiro, formas adequadas de transporte, controle de documentações e registros, além das boas práticas adotadas durante o processo. Com a aprovação do PGRS e planejamento de logística do canteiro, os operários devem ser orientados a fazer a segregação dos materiais, ensacar e fazer o transporte interno para local de armazenamento para posterior transporte e destinação externa pela empresa de gestão de resíduos.

Sempre que possível, é importante promover o reaproveitamento de resíduos do canteiro de obras como um material novo. Isso reduz os custos da obra, demandando menos materiais a serem comprados. O reaproveitamento de entulho para enchimentos ou o uso de embalagens para proteção contra respingos de tintas são práticas comuns em canteiros sustentáveis.

“Restos de tintas e outros materiais químicos não poderão ser jogados em pias, ralos ou dispensados no esgotamento comum, por serem considerados resíduos perigosos. Deve-se evitar a contaminação do solo e da água por conta dos pigmentos e substâncias existentes nas tintas. A CASACOR disponibiliza um lava-pincéis, exclusivamente, para limpeza de ferramentas de pintura e a borra recolhida é destinada para logística reversa com o fabricante. O mesmo acontece com todas as sobras de tintas e latas que seguem para reciclagem”.

Estudio Guto Requena - Casa LG ThinQ, ambiente da CASACOR São Paulo 2021.
Estudio Guto Requena – Casa LG ThinQ. (MCA Estúdio/CASACOR)

O case CASACOR São Paulo

 

Vale evidenciar que a CASACOR São Paulo atinge, atualmente, um índice de valorização de 99,7%. Isto é, estes resíduos deixam de ir para aterros sanitários e são aproveitados em promoção da economia circular. Por exemplo, o entulho segue para usinas e retorna para a cadeia da construção como agregado, o gesso é destinado para cimenteiras e produção de refratários, a madeira vira biomassa, dentre outros. Diversos materiais nobres, não reutilizados pelos arquitetos, são destinados para doações para ONGs e mantêm seu ciclo de vida útil. Na CASACOR, a reciclagem é o último recurso de valorização dos resíduos e faz parte de uma cadeia de ações que incluem, em primeiro lugar a conscientização e a promoção de ações possíveis no dia a dia de obra, manutenção e desmonte. Conheça o Relatório de Sustentabilidade da CASACOR São Paulo 2022, clique aqui!

 

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