Shou Sugi Ban, uma técnica ancestral nos ambientes da CASACOR
A carbonização da madeira é um método japonês parae proteção do material contra as intempéries e, sobretudo, a umidade
Um dos grandes desafios para os profissionais que trabalham com madeira é a conservação. Isso porque, como se trata de um material genuinamente vivo e orgânico, ela é sucetível a vários tipos de intempéries. A umidade é uma ameaça constante a estruturas expostas que não receberam a proteção adequada. Em contato permanente com a água, a madeira apodrece e as contruções se danificam.
Há 300 anos, no Japão, surgiu a técnica Shou Sugi Ban, que consiste na carbonização da camada externa das placas de madeira como forma de proteção. As casas na Ilha Naoshima, na época, sofriam com a chuva e, particularmente, a ação do mar. A desidratação da queima criava uma “blindagem” contra possíveis agentes externos. É claro que o processo deve ser feito com os cuidados apropriados (atualmente usam-se maçaricos) e na medida correta – já que carbonizar demais uma placa pode deixá-la frágil.
Esse recurso tradicional foi utilizado por alguns profissionais da CASACOR 2018 para trazer um toque vernacular aos ambientes. No Jardim da Villa Olivo, na CASACOR São Paulo 2018, o paisagista Daniel Nunes usou painéis de madeira carbonizada nas paredes que recobrem os alecrins. Além de ficar protegida contra a umidade, o tom escuro obtido contrasta com o verde azulado das folhagens. Na SysHaus, assinada por Arthur Casas, uma mesa que se aproveita da técnica, fica bem no centro da sala. Já a questão da profissional Janaina Macedo, na CASACOR Paraná 2018, não envolvia diretamente a proteção do móvel, mas sim uma homenagem à Shou Sugi Ban. No centro da Sala de Jantar, uma grande mesa de madeira de Pequiá carbonizada repousa ao lado de cadeiras do mestre Sergio Rodrigues.
Confira outros ambientes que já usaram a Shou Sugi Ban em anos anteriores na galeria abaixo!