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Engenheiros chilenos criam sacolas solúveis em água e que não poluem

Este novo material descoberto pela dupla permite, não só criar sacolas, como também talheres, copos, pratos, embalagens e mais

Por Alex Alcantara
Atualizado em 17 fev 2020, 16h43 - Publicado em 9 jan 2019, 09h21
(Reprodução/CASACOR)

Em 2014 foram fabricadas mais de 311 milhões de toneladas de plástico, e se isso não mudar, em 2050, serão produzidas 1,124 bilhão de toneladas. Dada a problemática da poluição dos mares e do meio ambiente pelo uso do plástico, uma dupla de engenheiros chilenos decidiu (e por acidente) criar um material solúvel em água, que substitua o saco convencional. 

(Reprodução/CASACOR)

Roberto Astete e Cristian Olivares, os responsáveis pelo material, à princípio, estavam tentando criar um detergente biodegradável. No decorrer do experimento, os profissionais encontraram uma fórmula química a base de PVA (álcool polivinílico, solúvel em água), que substitui os derivados do petróleo – este, responsável pela alta durabilidade dos plástico. Eles trocaram este elemento por pedra calcária, que não polui e não causa mal ao meio ambiente.

(Reprodução/CASACOR)

“É como fazer pão. Para fazer pão é preciso farinha e outros ingredientes. Nossa farinha é de álcool de polivinil e outros componentes, aprovados pela FDA (agência americana reguladora de alimentos, medicamentos, cosméticos, aparelhos médicos, produtos biológicos e derivados sanguíneos), que nos permitiu ter uma matéria-prima para fazer diferentes produtos. O que fica na água é carbono, não tem nenhum efeito no corpo humano”, explicou Astete à coletiva de imprensa. 

(Reprodução/CASACOR)

Este novo material descoberto pela dupla permite, não só criar sacolas, como também talheres, copos, pratos, embalagens e mais. “A grande diferença entre o plástico tradicional e o nosso é que aquele vai estar entre 150 e até 500 anos no meio ambiente e o nosso demora apenas cinco minutos. A gente decide quando o destrói”, declara.

(Reprodução/CASACOR)

Além da não poluição, os sacos produzidos a partir deste novo material são antiasfixia, uma causa importante de mortalidade infantil, pois se dissolve em contato com a língua ou as lágrimas. “Com a produção maciça, que pode ser feita nas mesmas empresas que fabricam os plásticos convencionais – basta apenas alterar a fórmula –, o preço de seus produtos pode ser similar ao dos atuais”, garantem os engenheiros.

O projeto recebeu ainda o prêmio SingularityU Chile Summit 2018 como empreendimento catalizador de mudança, o que rendeu aos inventores um estágio no Vale do Silício no ano passado.

 

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