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5 escritores brasileiros, 5 patrimônios históricos para conhecer

Conheça os lugares por onde passaram Clarice Lispector, Machado de Assis, Jorge Amado, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa

Por Maria Fernanda Barros
Atualizado em 2 Maio 2024, 18h33 - Publicado em 30 abr 2024, 12h00
A Casa do Rio Vermelho, de Jorge Amado
A Casa do Rio Vermelho, de Jorge Amado, em Salvador. (Giovanna Jarandilha/CASACOR)
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Os legados deixados por Clarice Lispector, Machado de Assis, Jorge Amado, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa extrapolaram as páginas da literatura brasileira – e, na arquitetura, seus rastros também estão presentes. Os lugares onde viveram hoje se tornaram parte do patrimônio histórico do Brasil.

Dispersas por estados diferentes do Brasil, as residências onde os autores viveram foram todas tombadas. Algumas se tornaram importantes acervos ou museus, mas nem todas receberam o devido cuidado e investimento para que isso pudesse acontecer. 

A seguir, conheça 5 patrimônios históricos deixados por 5 escritores brasileiros e saiba onde encontrá-los!

1. Casa da infância de Clarice Lispector, no Recife

Por anos, o sobrado que abrigou a infância e adolescência de Clarice Lispector, situado na Praça Maciel Pinheiro, centro de Recife, esteve completamente abandonado e inutilizado. Em abril, porém, uma mudança foi anunciada: a Santa Casa de Misericórdia (ACCL), ex-proprietária do espaço, transferiu a posse da casa para Associação Casa Clarice Lispector, que fará do local um museu em homenagem à autora.

Casa de Clarice Lispector no Recife se encontra, hoje, em estado de abandono
Casa de Clarice Lispector no Recife se encontra, hoje, em estado de abandono (Marlon Costa/Pernambuco Press/Divulgação/CASACOR)

De acordo com o presidente da ACCL, Moisés Wolfenson, a obra está prevista para junho deste ano, com conclusão em 2025. O primeiro museu no mundo dedicado à Clarice Lispector contará com um acervo de aproximadamente 250 peças, incluindo livros, obras literárias de outras línguas que foram traduzidos por ela, cartas para familiares e outros escritores, vídeos, entrevistas e móveis usados pela escritora. 

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Além disso, o museu terá ainda um “escritório de Clarice”, nas palavras de Wolfenson, com objetos pessoais e cartas, livraria, biblioteca e um auditório com 40 lugares. No térreo, terão espaços para lançamento e venda de livros, com uma estrutura montada para visitas de alunos do ensino médio. A associação pretende ainda trazer palestras, com a participação de conferencistas e professores de literatura que discutirão a vida e a obra da autora.

5 escritores brasileiros, 5 patrimônios históricos para conhecer
Projeto de museu dedicado a Clarice Lispector (ACCL/Divulgação/CASACOR)

2. A Casa do Rio Vermelho, de Jorge Amado

Na Rua Alagoinhas — mais especificamente, na casa número 33, localizada no bairro do Rio Vermelho, em Salvador — está o lugar onde Jorge Amado e sua companheira Zélia Gattai, também escritora, viveram por quase quatro décadas, até o final da vida do autor. Felizmente, a residência se tornou um histórico memorial na capital baiana, que detalha a trajetória do escritor e conserva diversos objetos originais da sua história.

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(Tatiana Azeviche/Setur Bahia/Divulgação/CASACOR)

A casa se tornou um dos museus literários mais completos do Brasil. No jardim de entrada, há diversos itens de referência aos orixás e são reproduzidos vídeos que exploram a história de Jorge com o candomblé. A sala de jantar é um verdadeiro centro de documentação: são exibidos rascunhos de escrita, máquina de escrever e outros instrumentos de trabalho do autor. Há também a cozinha, que apresenta as comidas favoritas do autor, um cinema, biblioteca, piscina com sapos — seu animal preferido —, closet com cartas disponíveis para leitura, jardim com as cinzas de Jorge e Zélia, e por fim, uma loja na saída do memorial.

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A Casa do Rio Vermelho, de Jorge Amado
(Giovanna Jarandilha/CASACOR)

3. A Rua da Lapa e a Rua do Cosme Velho, de Machado de Assis

Os dois lugares onde viveu no Rio de Janeiro o maior nome da literatura brasileira até hoje não receberam um propósito relacionado ao autor. Nos dois endereços, há a presença de uma placa que sinaliza que Machado morou no local, porém, não foi construído nenhum espaço em memória do autor. 

 

Na Rua da Lapa, 242, situada no morro do Livramento, está a casa onde o escritor morou entre 1874 e 1875 — e encontra-se abandonada pelo poder público. Na casa de número 264, supõe-se que se localizava uma casa-depósito de Machado, e em seu sobrado, agora há um bar de reggae com mesas de sinuca. 

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A situação do endereço do Cosme Velho não é diferente: o histórico casarão onde Machado passou os últimos anos de sua vida foi demolido na década de 1980. A única lembrança do escritor brasileiro é a placa branca em uma pilastra, que informa que o escritor viveu ali.

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A casa onde viveu Machado de Assis, na R. Cosme Velho, no Rio de Janeiro (Fundação Biblioteca Nacional/Divulgação/CASACOR)

4. Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo

Na casa onde o escritor mineiro João Guimarães Rosa passou os primeiros nove anos de sua vida foi inaugurado em 1974 o Museu Casa Guimarães Rosa, na cidade de Cordisburgo, interior de Minas Gerais. Com aproximadamente 200 peças e cerca de 1.200 documentos textuais, o acervo é composto por objetos de uso pessoal, doméstico e profissional do autor, além de fotografias, edições nacionais e estrangeiras de obras e originais manuscritos ou datilografados. Diferentemente do tratamento dado às edificações onde viveu Machado, a casa de Guimarães passou por uma série de restauros e manutenções.

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(SEMMG/Divulgação/CASACOR)

O museu foi fundado com o objetivo de pesquisar e difundir a obra de Guimarães Rosa. Desde então, a instituição desenvolve realiza exposições relacionadas ao legado literário do autor e desenvolve projetos que buscam expandir o trabalho do museu para a comunidade e no conjunto de bens culturais e naturais de Cordisburgo e regiões vizinhas. 

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5. Casa de Graciliano Ramos, em Palmeiras dos Índios

Palmeira dos Índios, no interior do estado de Alagoas, não apenas é o local onde Graciliano começou a escrever muitas das suas obras, como também é a cidade que teve o autor como seu prefeito por dois anos, de 1928 a 1930. Seu romance Caetés, inclusive, tem o município como cenário e, até hoje, cada canto do lugar evoca lembranças de Graciliano.

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(Alécio Cezar/Divulgação/CASACOR)

A casa em que Graciliano fez morada se transformou em museu no ano de 1973. No acervo, pode-se acessar originais de algumas obras, fotos pessoais, roupas, documentos, máquina de escrever e objetos utilizados no filme Vidas Secas, e até mesmo o manuscrito da carta que o romancista enviaria a Getúlio Vargas após ser preso por razões políticas, em 1937. 

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(Alécio Cezar/Divulgação/CASACOR)

 

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