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Individual de Lenora de Barros inaugura sede da Gomide&Co na Av. Paulista

Os trabalhos reunidos em “Não vejo a hora” trazem a visão da artista sobre nossa tortuosa relação com o tempo

Por Redação
2 mar 2023, 14h34

A nova sede da Gomide&Co, que leva a galeria para um dos corredores culturais mais cobiçados de São Paulo, a Avenida Paulista, será inaugurada em grande estilo: com a exposição individual “Não vejo a hora”, de Lenora de Barros.

O novo espaço, de 600 metros quadrados, está localizado no térreo do Edifício Rosa e foi inteiramente reformado pelos premiados arquitetos da Acayaba + Rosenberg.

Sobre a exposição

 

Exposição individual
“Previsão” (2023) – Lenora de Barros. Na obra, é possível ver um par de fotografias, no qual linhas das palmas de duas mãos formam uma cartografia sobre a qual pousam os ponteiros (Fernando Laszlo/CASACOR)

“Não vejo a hora” reúne doze trabalhos, em sua maioria inéditos, que têm como denominador comum uma elaboração sobre o tempo. Desde fotografias, vídeo, instalação sonora até uma mesa de ping-pong transfigurada, a artista joga e nos convida a jogar também com as relações entre linguagem, temporalidade e corpo.

Ultrapassando os limites expositivos da galeria, quem chega à exposição já é recebido do lado de fora pela obra “Não vejo a hora” (2023), que enuncia e anuncia o título da mostra através de um letreiro em movimento. Ao se apropriar de uma expressão usada no discurso coloquial brasileiro como uma espécie de ready-made, Lenora provoca a noção de tempo e como nos relacionamos com ele.

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Exposição individual
Em “Nebulosas” (2009/2023) – Lenora de Barros. O trabalho traz uma série de três fotografias, nuvens de ponteiros se tornam espécie de poeiras cósmicas gravitando no breu. (Divulgação/CASACOR)

Como um todo, os trabalhos reunidos em “Não vejo a hora” visitam um território candente da atualidade, aquele da nossa tortuosa relação com o tempo. Lenora de Barros sabe que diante das formas convencionais de medir o tempo, o tempo sempre tira mais de nós do que nós dele. Para pregar uma peça no tempo, a artista trata de subverter tais convenções e para isso coloca em cena o seu repertório poético, que faz uso das estratégias do verbivocovisual com vias a nos endereçar, aliando rigor e humor, outras formas de nos relacionarmos com o tempo, tempo que constitui o tecido das nossas vidas.

Ao mesmo tempo em que inaugura o espaço expositivo, a expansão da Gomide&Co se faz também com a chegada de Fabio Frayha, ex-diretor do MASP, administrador especializado no universo das artes visuais, que passa a atuar como sócio da galeria ao lado do sócio fundador Thiago Gomide. Crítica de arte, curadora e pesquisadora com mais de 15 anos de trajetória na arte contemporânea, Luisa Duarte se une ao time como diretora artística.

Exposição individual
Nova sede da Gomide&Co na Avenida Paulista. (Divulgação/CASACOR)

Sobre a artista

 

Nascida em 1953, em São Paulo, Lenora de Barros formou-se em Linguística e suas primeiras obras podem ser colocadas no campo da “poesia visual”. Em 1983, publicou o livro Onde Se Vê, conjunto de poemas construídos como sequências fotográficas de atos performáticos. Suas exposições coletivas e individuais mais importantes incluem a participação na 59ª Bienal de Veneza – The Milk of Dreams (Veneza, 2022), RETROMEMÓRIA, no MAM-SP – Museu de Arte Moderna de São Paulo (2022), Tools for Utopia: Selected works from the Daros Latinamerica Collection, no Kunstmuseum Bern (Berna, 2020), ISSOÉOSSODISSO, na Oficina Cultural Oswald de Andrade (São Paulo, 2016), 4ª Bienal de Arte Contemporânea de Thessaloníki (Grécia, 2013), 11ª Bienal de Lyon (França, 2011), além da participação na 17ª, 24ª e 30ª edições da Bienal Internacional de São Paulo (1983, 1998 e 2012). Sua obra faz parte de importantes coleções no Brasil e em diversos países, entre elas a do Hammer Museum (CA, EUA), MACBA – Museo de Arte Contemporáneo de Barcelona (Espanha), Daros Latinamerica Collection (Suíça), Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Espanha), MAM-SP e Pinacoteca do Estado de São Paulo.

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