Coletiva na galeria Raquel Arnauld reflete sobre a matéria da cor
Exposição A Matéria da Cor, acontece na galeria Raquel Arnaud, em SP, a partir de 3 de abril e reúne 13 artistas entre brasileiros e nomes internacionais
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Cores que contam histórias
A cor sempre esteve nas discussões de pensadores, artistas e estudiosos do assunto. Alguns a associavam meramente à forma. “Isso é limitação”, bradavam os seus defensores. “Ora, a cor é muito mais”, diziam. Outros, priorizavam mesmo o formato. A verdade é que os dois pontos de vista motivaram debates intelectuais que ajudaram a construir a história da arte. E, através dela, artistas atraídos pelos dois temas que oscilavam entre as obras de alguns de seus antecessores, basearam seus trabalhos na junção de ambos. É o que apresenta a coletiva “A Matéria da Cor”, que entra em cartaz no dia 3 de abril, às 19h (gallery night), na galeria Raquel Arnaud (o evento acontece paralelamente à SP-Arte).
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Com curadoria do francês Franck Marlot – tutor das obras da família Picasso -, a mostra reúne as criações de 13 artistas célebres (entre eles, 10 compõem o elenco da galeria) que fizeram da cor a sua preocupação basilar: Josef Albers, Sonia Delaunay, Yves Klein, Vincent Beaurin, Waltercio Caldas, Carlos Cruz-Díez, Raúl Díaz Reyes, Carlos Fajardo, Herbert Hamak, Carlos Nunes, Arthur Luiz Piza, Wolfram Ullrich e Renato Bezerra de Mello.
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Os visitantes poderão contemplar, entre outras obras, uma parede pintada com gemas de ovo, faceta assinada pelo paulista Carlos Nunes, que já expôs seus trabalhos em países como Portugal, Argentina, Madrid e Japão. Outra ala é reservada “ao homem que inventou uma cor”, Yves Klein (1928 – 1962), que recebe esta aferição por sua obra-manifesto A Terra Azul (1957, que deu origem a cor IKB, patenteada por ele), onde declarou que o globo era inteiro desta mesma tonalidade, antecipando-se a Yuri Gagarin (1934 – 1968), primeiro homem a viajar pelo espaço e que confirmaria a previsão do artista anos mais tarde. Do pioneiro da Bauhaus, o alemão Josef Albers (1988-1976), estão expostas duas grandes serigrafias intituladas Homenagem ao Quadrado. As peças nasceram da pesquisa que permeou toda a sua obra e que consistia, de acordo com o curador da mostra, entre outros pontos, “na experiência pessoal do que podemos sentir e do único instrumento de medida da cor: nossos olhos”.
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Na ocasião, também serão apresentados ao público outros trabalhos emblemáticos como as guaches e estênceis da ucraniana (naturalizada francesa) Sonia Delaunay (1885-1979), a instalação histórica Transcromia de Carlos Cruz-Díez, apresentada pela primeira vez em 1981 no Museu de Caracas – na qual um labirinto absorve a luz do espaço até a sua saturação. E a escultura dobrada de folhas de alumínio concebida por Raúl Díaz Reyes, cuja anatomia do trabalho já foi comparada a obra da mineira Lygia Clark (1920-1988), ao passo em que sua estética faz lembrar algumas das produções da arquiteta Zaha Hadid (1950-2016), segundo o crítico de arte Tobi Maier.
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Em cartaz até o dia 27 de maio, a exposição apresenta, ainda, muitos outros trabalhos de artistas que fizeram história e imersões em obras até então inéditas no Brasil.
SERVIÇO – COLETIVA A MATÉRIA DA COR
ONDE?
R. Fidalga, 125 – Vila Madalena, São Paulo
QUANDO?
De 3 de abril a 27 de maio de 2017
Segunda a sexta – 10H ÀS 19H
Sábado 12H ÀS 16H