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MVRDV cria a primeira reserva técnica de museu aberta ao público

Localizado em Rotterdam, Holanda, o Depot Boijmans Van Beuningen abrigará 151.000 obras de arte que não costumam ficar expostas no museu

Por Redação
3 nov 2020, 11h27
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(Reprodução MVRDV/CASACOR)

Ao passear por um museu, pode parecer que toda a coleção da instituição está bem ali, diante do público. Porém, na maioria dos casos as exposições mal arranham a superfície real do acervo. Vastas coleções de arte e artefatos ficam guardadas na reserva técnica para pesquisas e estudos, sem poderem ser contemplada pelos visitantes.

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(Reprodução MVRDV/CASACOR)

O Museumpark de Rotterdam, entretanto, está prestes a mudar esse formato. O escritório MVRDV acaba de concluir o Depot Boijmans Van Beuningen, o primeiro edifício repositório de acervo aberto para visitação. Segundo a Architectural Digest, a construção abrigará mais de 151 mil peças.

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Um vislumbre do backstage dos museus

 

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(Reprodução MVRDV/CASACOR)
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“A tarefa era reunir todas as obras de arte em um prédio, mas não queríamos projetar um prédio que competisse com os muitos museus que o rodeavam e sentíamos fortemente que não deveria haver um ‘verso’. Queríamos que fosse aberto a todos, pois é um edifício muito democrático”, explicou Fokke Moerel, sócio da MVRDV.

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(Reprodução MVRDV/CASACOR)

A estrutura foi projetada em formato de tigela, dispondo de um deck no último andar. Todo o exterior foi revestido por mais de 1.664 paineis espelhados para que o novo complexo pudesse se misturar com a paisagem no entorno do Museumpark. “É como uma pintura, refletindo o horizonte completo de Rotterdam, mais o céu em constante mudança, como em uma pintura de vida”, diz Moerel.

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(Reprodução MVRDV/CASACOR)

O edifício está organizado em cinco zonas climáticas diferentes e as obras de arte serão exibidas de acordo com as necessidades de preservação, não por período histórico. “Uma seleção de obras será colocada em uma das 13 gigantescas vitrines no átrio elevado; outras são expostas nos estúdios de restauração”, afirma Moerel. Os visitantes têm a chance de observar esses estúdios e ter um vislumbre do processo de conservação e preservação.

Democrática e ecológica

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(Reprodução MVRDV/CASACOR)

Escadas se cruzam pelo átrio da estrutura e levam à área verde do telhado, povoada por 75 bétulas criadas especialmente para as condições da cobertura e árvores coníferas. “A floresta do telhado se tornará um espaço público, acessível sem um ingresso para o museu”, diz Moerel. “Nós a imaginamos como a nova sala verde para a cidade. O telhado ainda não foi aberto, mas já foi declarado o telhado mais bonito da Holanda.” A cobertura também abrigará um restaurante que também é acessível ao público em geral.

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(Reprodução MVRDV/CASACOR)
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A sustentabilidade foi cuidadosamente considerada dentro do projeto. O edifício é neutro em termos de energia, graças a uma combinação de painéis solares, luzes LED, isolamento e troca de calor geotérmica. O nível do subsolo possui um sistema de armazenamento de água da chuva, e a água coletada será usada para irrigação e banheiros. Agora que a construção foi concluída, o processo de realocação da coleção do museu começará. O Depot Boijmans Van Beuningen está programado para abrir em 2021.

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